Depois de grande controvérsia na Inglaterra sobre o reconhecimento da união gay, agora é a Escócia que debate o assunto publicamente.
Peter Kearney, espécie de porta-voz da Igreja Católica na Escócia, tem sido amplamente criticado por dizer que a homossexualidade diminui a expectativa de vida. “Existe um vínculo entre a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo e a morte prematura”, declarou ele. “Isso não foi algo que a Igreja Católica criou, existe uma grande quantidade de evidências médicas que sugerem o fato. Um estudo demonstrou que a expectativa de vida de um homem homossexual praticante pode ser reduzida entre 12 e 20 anos”, continuou.
Ele esses comentários em uma entrevista no programa “Scotland Tonight”, dia 26 de julho. Na ocasião disse ainda que há uma “conspiração do silêncio em torno da vasta gama de evidências médicas que existe para sugerir que o comportamento do mesmo sexo é perigoso, prejudicial e perigoso”.
“A questão é mais ampla, como uma sociedade, por que não devemos discutir isso? Por que não temos essa discussão? Por que não olhar para isso mesma forma, por exemplo, que olhamos para coisas que podem causar danos à saúde das pessoas como o fumo, o álcool, comer demais ou a dependência de drogas?”, questionou.
Kearney chegou a dizer que a sociedade não estava oferecendo uma resposta “compassiva”, optando por ignorar as “infecções complexas e as doenças que são causadas pelo sexo gay”.
Patrick Harvie, líder do Partido Verde Escocês, rechaçou essas declarações, afirmando que a instituição é extremista, fora da realidade e que utiliza dos seus recursos econômicos para criar obstáculos ao progresso.
Alguns dias atrás, o novo Arcebispo de Glasgow, Dom Philip Tartaglia, afirmou que poderia ser preso se criticasse o matrimônio gay e defendesse o casamento tradicional entre um homem e uma mulher.
Durante uma entrevista concedida à STV News, disse “posso ir possivelmente à prisão em algum momento nos próximos 15 anos se me pronunciar sobre isso”. O motivo da “censura” foi o fato de Dom Tartaglia afirmar publicamente que a pressão do governo para que a igreja aceito algo deste tipo “teria enormes implicâncias para a liberdade religiosa”.
Aos 61 anos de idade, Tartaglia se diz “profundamente preocupado porque hoje, defender o significado tradicional do matrimônio é quase considerando como um ‘discurso de ódio’ e qualificado como intolerante. Essa é uma resposta não-democrática, que fecha o debate e que é altamente manipulativa”. A arquidiocese do Glasgow, que ele hoje dirige, é a maior de Escócia, com cerca de 200 mil católicos. O arcebispo Tartaglia sugeriu que a morte do Parlamento, David Cairns, no início de 2011, podia estar ligada a sua homossexualidade. Depois, foi obrigado a se desculpar.
O advogado dos direitos gays, Aidan O’Neill, advertiu que a nova legislação sobre as uniões homossexuais pode fazer que pessoas sejam despedidas de seus trabalhos se expressarem oposição a estes casais e que os sacerdotes e ministros religiosos poderiam ser processados por não permitir “bodas” deste tipo em suas igrejas.
Um representante da Fundação David Cairns, que apoia os diretos dos homossexuais, chamou os recentes comentários de Tartaglia e Kearney de “indecentes”.
Ele exigiu também que, no futuro, os líderes religiosos devem ter uma “abordagem ponderada e pastoral” ao discutir a homossexualidade.
Traduzido de Christian Post