segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os cristãos que o “atirador do cinema” não conseguiu matar

Brad Strait é o pastor da Igreja Presbiteriana de Cherry Creek, na cidade de Englewood, Colorado. Ele vive perto de Aurora, cidade onde na última sexta-feira um massacre aconteceu durante a estreia do novo filme do Batman. James Holmes, 24, entrou armado no cinema e atirou a esmo, matando 12 pessoas e ferindo mais de 50.
Petra Anderson, 22, membro da igreja do pastor Strait estava no cinema com dois amigos. Ela foi uma das vítimas do atirador. Quatro balas atingiram seu corpo. Três no braço direito. Uma na cabeça. Entrou pelo seu rosto, perto do nariz e atravessou seu crânio, indo se alojar perto da nuca.
Levada para a UTI do hospital mais próximo, os prognósticos médicos não eram animadores. O caminho percorrido pela bala deveria deixá-la incapaz de falar, andar e talvez até de sair de um estado de coma. Isso se ela sobrevivesse.
A família e o pastor Brad foram para o hospital, onde esperaram e oraram durante as mais de cinco horas de cirurgia. Em seu blog, o pastor narra que Petra foi para a sala de cirurgia acompanhada de duas equipes diferentes.
Uma equipe de neurocirurgiões iria abrir a parte traseira de seu crânio para remover a bala e limpar os danos cerebrais da melhor forma possível. A outra equipe de especialistas iria acompanhar a partir do nariz de Petra a trajetória da bala através de seu cérebro. Seu objetivo era remover fragmentos de ossos, limpar o tecido cerebral danificado e fechar as feridas para reduzir a chance de infecção.
Mesmo tendo sobrevivido à cirurgia, a equipe médica foi unânime: “Alguma coisa ainda pode dar errado. Nós precisamos esperar e ver como ela reage dentro das próximas 48 horas”.
Dois dias depois, os resultados são os melhores possíveis. Petra acordou e está falando normalmente. Hoje (23) ela deve começar a fisioterapia para ver se há algum problema com sua capacidade de andar. Mas o milagre já havia ocorrido.
A bala que atravessou o cérebro de Petra atingiu áreas importantes. Mas os médicos explicam aos pais da jovem que há um “defeito” de nascença no cérebro de Petra. Um pequeno canal atravessa seu crânio, como um pequeno orifício em uma tábua, indo de um lado a outro. Isso só foi possível perceber pelas tomografias. O trajeto da bala percorreu exatamente a trajetória desse canal, causando o mínimo de estrago possível. Qualquer outra pessoa teria morrido instantaneamente ou, no máximo, ficado em estado vegetativo.
O pastor Strait, que também ensina “Formação Espiritual” no Denver Seminar acredita que desde que Deus formou Petra no ventr de sua mãe, ela cuidou dela e o milagre estava pronto desde que ela nasceu. Ainda será necessário um acompanhamento médico longo, mas a família de Petra e toda a Igreja Presbiteriana de Cherry Creek tem louvado e agradecido a Deus pelo livramento.
Mas essa não é a única história de livramento. O pastor Ed Taylor, da Igreja Calvary Chapel de Aurora, comemorou domingo o fato de que 33 membros “especiais” de sua igreja estavam presentes.
Eles são especiais porque estavam dentro da sala de cinema e não foram atingidos pelas balas.
Tannah Rich, 18, disse que ouviu os tiros mas demorou para entender o que estava acontecendo. Durante o intervalo em que o atirador trocava a munição, ela e um grupo de expectadores saíram correndo. Ela disse que somente no dia seguinte percebeu que havia uma marca de sangue no formato de uma mão em suas costas.
“Estou muito, muito feliz que Deus poupou vocês”, disse o pastor, enquanto alguns dos jovens davam testemunhos de como estavam gratos a Deus pelo livramento.
“A atrocidade de inocentes perdendo a vida é a história de Jesus”, disse o pastor. Em seguida, pediu que a igreja se unisse a ele em oração pelas famílias das 12 pessoas mortas e pela recuperação dos feridos.
Taylor pediu que os fiéis não se concentrassem no “ato insensato de um homem pecador”, mas buscassem maneiras de poder ajudar a curar sua comunidade.
Com informações The Christian Post, La Times e Huffington Post

Para atrair mais fiéis, igreja realiza seus cultos em academia de ginástica

A igreja batista Church at the Gym em Sanford, na Flórida, encontrou uma maneira inusitada de fazer com que as pessoas se sintam confortáveis em seus cultos. Liderada pelo pastor Ron Williams, a congregação batista abriu mão do ambiente tradicional de um templo e começou a se encontrar em uma academia de ginástica.
De acordo com o pastor Williams, o objetivo dos encontros nesse tipo de ambiente é eliminar as barreiras que podem impedir que as pessoas se sintam confortáveis no ambiente normal de um tempo religioso.
- Eu acho que todas as armadilhas da religião tradicional podem tornar difícil que pessoas se aproximem [da igreja] – afirma o pastor, que usa como exemplo pessoas que afirmam não terem roupas adequadas para frequentar um templo, quando convidadas a irem a um culto evangélico.
A barreira do vestuário é quebrada inclusive por Williams, que ministra os cultos da igreja vestindo jeans e camiseta, roupa adequada ao clima quente da região. A descontração no vestuário pode ser observada também nos membros na igreja, alguns usam shorts, roupas da moda e até mesmo roupas esportivas.
De acordo com o USA Today, o pastor explica que a nova igreja é uma interpretação mais moderna, um experimento que tem como objetivo estimular a frequência das pessoas com menos de 40 anos nos cultos.
- Nós percebemos que eles não estavam sendo atingidos – afirma o pastor, que acredita que a igreja estava perdendo essa geração.
Porém o pastor ressalta que mesmo com essa abordagem diferente a igreja mantém a tradição evangélica mantendo ritos como o batismo, que é realizado nas piscinas das casas dos fiéis. O pastor afirma que esses eventos acabam se tornando grandes churrascos e são muito em aceitos pela comunidade.
Sandy Adcox, de 38 anos, conheceu a Church at the Gym em março, e relata a que esse ambiente menos formal foi importante para sua permanência na igreja, ambiente que não frequentava há 8 anos.
- Nunca na minha vida me senti tão confortável em uma igreja – afirma a agora membro da igreja, que ressalta que o ambiente é caloroso e acolhedor.

Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil


O número de índios evangélicos aumentou 42% nos últimos dez anos, conforme dados do Censo 2010. Eles são 210 mil e já correspondem a 25% da população indígena.
O crescimento segue tendência geral da população brasileira --o aumento de evangélicos foi de 61% entre 2000 e 2010, e o grupo corresponde a 22% dos brasileiros. Mas com a peculiar característica de ser impulsionado por organizações que tentam levar a evangelização mesmo a áreas isoladas.
A organização de grupos evangélicos com essa missão tem aumentado, afirma Carlos Travassos, coordenador-geral do setor que monitora tribos isoladas e de recente contato na Funai (Fundação Nacional do Índio). 
O trabalho conta até com apoio logístico de aviões em áreas de difícil acesso, graças à Asas de Socorro, uma das 15 agências missionárias evangélicas filiadas à AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras). 
Bancadas por igrejas, empresas e voluntários, são ligadas a várias denominações e fazem ações de ensino, assistência social e treinamento de líderes indígenas. 
O treinamento é a base da ideia da "terceira onda" evangelizadora: depois de missionários brancos estrangeiros e brasileiros, chegou a vez de os próprios índios atuarem. 
A maioria dos índios evangélicos é ligada à Assembleia de Deus, 31% do total ou 64.620 pessoas. Em segundo lugar vêm os batistas, com 17%, ou 35,5 mil pessoas. 
Em Chapada dos Guimarães (MT) funciona a Ami, escola para índios cujo lema é formar "discípulos de Jesus Cristo" e criar uma igreja "genuinamente indígena em cada tribo do Brasil". 
Eles são preparados para repassar os conhecimentos aprendidos a suas comunidades --"da maneira deles", diz o pastor indígena Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que se define como o maior movimento evangélico indígena do país. 
Na última semana, o Conplei organizou na Ami um congresso que reuniu cerca de 2.500 pessoas, com 81 etnias do Brasil e de outros países, segundo a organização. 
Eles comemoraram o marco simbólico da primeira evangelização indígena, quando missionários escoceses chegaram à aldeia de índios terenas, em 1912, em área hoje de Mato Grosso do Sul. 
Também retrato de tendência nacional, o percentual de católicos indígenas também caiu nos últimos dez anos, de 59% para 50,5% da população indígena. 
A Igreja Católica, com missões iniciadas no século 16, está presente em 185 povos, com missionários ligados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário). A AMTB diz atuar com 182 etnias. 

Atritos
A penetração religiosa já foi foco de atritos com a Funai. Em 2005, a fundação criticou o grupo Jovens com uma Missão, que retirou crianças de uma aldeia no Amazonas para tratamento médico em São Paulo. 
Nos anos 80, integrantes da Missão Novas Tribos foram expulsos da tribo isolada dos Zo'é, no Pará, depois que os índios contraíram doenças. 
A Funai vetou em 1994 a abertura de novas frentes missionárias, a não ser as que fossem convidadas pelas comunidades. O entendimento é que os povos têm autonomia para autorizar a entrada. 
Para Travassos, a relação de missionários com povos isolados é prejudicial, por impor uma nova forma de ver o mundo. Os evangélicos negam qualquer imposição. 

Evangelização
Para a AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que reúne organizações de missionários evangélicos, as ações em comunidades indígenas respeitam a cultura e o direito de escolha dos índios. 
Em manifesto divulgado em 2009, a AMTB aponta diferença entre o trabalho de evangelização com a "catequese histórica e impositiva". 
"Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?", diz. 
A associação diz não ter ligação com nenhuma denominação específica. 
A AMTB afirma que as missões executam projetos sociais que ajudam na preservação linguística e cultural desses povos. 
O pastor Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), diz que os trabalhos ensinam técnicas de plantio e atuam no combate ao alcoolismo, por exemplo. 
Ele afirma ainda que, no caso de povos isolados, a atuação ocorre mediante convite das tribos.

Folha