O procurador Jefferson Aparecido Dias, que pediu a retirada de “Deus seja louvado” das cédulas dereal, ganhou resposta “afiada” do conhecido pastor evangélico, Silas Malafaia. Famoso por debater questões políticas e religiosas audaciosamente pela TV, Silas Malafaia ironizou a ação do procurador, sugerindo que ele deve entrar com ação para erradicar outros tipos de questões cultural-religosas.
“Existem coisas que estão entranhadas nas culturas dos povos. Talvez se o senhor estivesse na Inglaterra ou na Dinamarca, o senhor iria pedir para tirar a cruz da bandeira da Inglaterra ou da Dinamarca”, afirmou ele, segundo um vídeo postado no Verdade Gospel.
“Eu estou falando de nações extremamente democráticas, e na sua bandeira tem a cruz. Na Grécia também”, acrescentou.
Segundo pedido feito à Justiça Federal, a procuradoria argumenta que a frase "Deus seja louvado" privilegia uma religião em detrimento das outras e que a existência da frase nas notas fere os princípios de estado laico e de liberdade religiosa.
Silas Malafaia afirma que os evangélicos são contra a adoção de símbolos religiosos. Entretanto, ele defende o respeito pela cultura religiosa do país e que o “Brasil é um país laico, mas não laicista”. “Que tal também entrar com uma procuração para cancelar todos os feriados que tem a ver com a questão cultural-religiosa brasileira”, prosseguiu ele com suas sugestões.
Para mostrar o “nível” do procurador, Malafaia aponta no vídeo que ele é o mesmo que aceitou a denúncia “esdrúxula” de homofobia contra ele no passado.
E segue a fundo com suas sugestões. “Que tal o senhor entrar com ações para mandar trocar o nome de estados. Por exemplo, Santa Catarina (...), São Paulo, Espírito Santo (...)”.
O pastor Silas Malafaia classifica a atitude do procurador como “intolerante”. “Eu sou evangélico. Tenho discordâncias com a igreja católica. Mas eu não sou intolerante e nem ignorante. Eu entendo que existem questões religiosas que estão entranhadas na cultura de um povo.”
Ele sugere também que Jefferson esteja precisando estudar história e antropologia e acredita que ele deva ser “Cristofóbico”.
“Existem questões religiosas que estão entranhadas na cultura de um povo e que você não pode eliminar porque se não você eliminar a cultura. (...) Isso é coisa de intolerante e desconfio que o cara seja Cristofóbico”.
E relembra que no Brasil, em que a maioria da população é cristã, cada pessoa pode ter a religião que quiser. “Está garantido no artigo 5° da constituição, que ninguém pode ser discriminado por convicção política, filosófica e religiosa.”
O pastor conclui dizendo que o setor jurídico do Banco Central não está fazendo apologia à nenhuma religião. E exorta que o procurador não “envergonhe” o Ministério Público Federal.