O movimento de cristãos pentecostais é intenso durante todo o dia, mas principalmente durante a noite. Como as luzes da cidade não chegam até lá, as Bíblias são lidas com o auxílio de lanternas. O silêncio também impera do topo do monte, com uma vegetação rasteira e rala a única coisa que é ouvida são os murmúrios de orações e de longe o barulho dos carros que passam pelo Anel Rodoviário, a cerca de 100 metros do local.
Tentando justificar sua ida ao monte, a jovem Danielle Moreira, de 24 anos, cita uma passagem da Bíblia. Moisés recebeu as Tábuas da Lei (os Dez Mandamentos) em um monte”. Já seu esposo, Luiz Fernando de Oliveira, também de 24, fala que no monte consegue se sentir mais perto de Deus.
Outra passagem usada para justificar a subida de 60 degraus, pouco espaçados e bem íngremes é a passagem de Gênesis que conta a história de Abraão e Isaac. Movido por sua fé e obediência, o patriarca da fé foi até ao Monte Moriá para sacrificar o filho, mas Deus enviou um cordeiro e a criança foi poupada.
Valdir Luiz de Assis, de 55 anos, tem a passagem bíblica como referência para as visitas ao Monte Palmares. “Aqui sentimos mais a presença de Deus. Jesus subia montes para orar. Nós vivemos tentando imitar um pouco a vida que ele levou”, diz ele que mora em um bairro vizinho.
Lei do Silêncio
A Prefeitura da capital mineira não impede a prática religiosa no Monte Palmares, mas pede para que a Lei do Silêncio seja respeitada, ou seja, os fiéis mais fervorosos precisam diminuir o barulho de suas orações e súplicas depois das 22h. O monte é usado para essas reuniões há cerca de 10 anos.Com informações Estado de Minas