A infalibilidade papal é o dogma da teologia católica, a que afirma que o Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em matéria de fé ou moral (os costumes), ex cathedra, está sempre correcto. Isto porque, na clarificação solene e definitiva destas matérias, o Papa goza de assistência sobrenatural do Espírito Santo, que o preserva de todo o erro.
As declarações de um Papa em ex cathedra não devem ser confundidas com ensinamentos que são falíveis, como uma bula. A infalibilidade papal foi longamente discutida e ensinada como doutrina católica, tendo sido declarada um dogma na Constituição Dogmática Pastor Aeternus, sobre o primado e infalibilidade do Papa, promulgada pelo Concílio Vaticano I. A Constituição foi promulgada na Quarta Sessão do Concílio, em 18 de julho de 1870, pelo Papa Pio IX.
A parte dispositiva do documento tem o seguinte teor:
"O Romano Pontífice, quando fala "ex cathedra", isto é, quando no exercício de seu ofício de pastor e mestre de todos os cristãos, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, define uma doutrina de fé ou costumes que deve ser sustentada por toda a Igreja, possui, pela assistência divina que lhe foi prometida no bem-aventurado Pedro, aquela infalibilidade da qual o divino Redentor quis que gozasse a sua Igreja na definição da doutrina de fé e costumes. Por isto, ditas definições do Romano Pontífice são em si mesmas, e não pelo consentimento da Igreja, irreformáveis." A Igreja Católica acredita no dogma da infalibilidade papal porque ela, governada pelo Papa em união com os seus Bispos, professa que ela é o autêntico "sacramento de Jesus Cristo, a Verdade em pessoa e Aquele que veio trazer as verdades fundamentais" à humanidade para a sua salvação. A Igreja Católica acredita também que este dogma é o "efeito concreto" da "promessa de Cristo de preservar a sua Igreja na verdade". Porém, o Papa Francisco disse nesta quarta-feira (29) que a Igreja Católica não é uma organização criada por um grupo de pessoas, mas é "obra de Deus", que está composta de pastores e fiéis com seus "defeitos e pecados", e que "até o Papa tem pecados... e muito", mas Deus sempre os perdoa.
Diante de mais de 100 mil pessoas sob chuva, o Papa argentino celebrou na Praça de São Pedro, no Vaticano, a tradicional audiência das quartas, cuja catequese dedicou à Igreja e ao "projeto de Deus" de que todos os homens sejam uma única família e "sintam-se a família de Deus".
"Neste projeto, encontra suas raízes a Igreja, que não é uma organização nascida do acordo de algumas pessoas, mas, como nos recordou tantas vezes o Papa Bento XVI, é obra de Deus", disse.
O Papa disse que a Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todos os homens à comunhão como ele, à sua amizade, a "sair do individualismo, da tendência a se fechar em si próprios, e a formar parte de sua família".
Ele lembrou que, no entanto, muitas pessoas dizem: "Cristo sim, Igreja não", "creio em Deus, mas não nos sacerdotes"; mas assegurou que é a Igreja quem leva os homens a Cristo e a Deus.
"Com certeza, os que a compõem -padres e fiéis- têm defeitos, imperfeições e pecados", disse. "Também o Papa tem muitos pecados, mas quando nos damos conta desse pecado, encontramos a misericórdia de Deus. Deus sempre perdoa. Não nos esqueçamos disso."
Alguns teólogos destacam que a "humilhação" do pecado "permite ver algo mais belo", disse.
O Papa também disse que Deus criou o homem para que viva em profunda relação com Ele e que, inclusive, "quando o pecado rompe essa relação, Deus não nos abandona".
"Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, lhe oferece seu amor e o acolhe", disse o Papa, que acrescentou que a Igreja nasce do "gesto de supremo de amor da cruz, das costas abertas de Jesus, de que saíram sangue e água, símbolos dos sacramentos da eucaristia e do batismo".
Francisco também disse que a Igreja se manifestou quando o Espírito Santo "tocou o coração dos apóstolos e os impulsionou a anunciar o Evangelho, difundindo o amor".
A audiência foi vista por fiéis de vários países, como Espanha, El Salvador, Equador, Honduras, Peru, Argentina e México, a quem o Papa convidou a viver a fé "não só como um dom e um ato pessoal, mas como resposta à chamada de Deus para viver juntos, sendo a grande família dos convocados por Ele".
Estaria o "santo" Papa se esquecendo dos dogmas da Santa Sé? Fica a pergunta.
Fonte: G1, Wikipédia.
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