terça-feira, 26 de julho de 2011

Você consegueria viver a risca conforme a Bíblia durante um ano? Jornalista americano relata em livro essa experiência


O jornalista americano A.J. Jacobs, decidiu passar um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, fazendo um interpretação independente das escrituras, o que o tornou neste período um “fundamentalista máximo”, como ele mesmo se define na introdução do livro que resultou dessa experiência. O livro The Year of Living Biblically (“O Ano em Que Vivi Biblicamente”) ainda não tem data prevista para lançamento no Brasil.
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Jacobs fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, que ia de Gênesis ao Apocalipse, que arbitram a vida de um homem comum, segundo a interpretação dele da bíblia.
Definindo-se no início de seu livro, por “agnóstico”, um judeu, Jacobs dividiu sua jornada bíblica de um ano da seguinte maneira: os nove primeiros meses abordariam o Velho Testamento, período histórico com maior extensão, sendo este ainda adotado pelo judaísmo e os últimos três meses daria prioridade ao Novo testamento.
Durante o período deste um ano bíblico, Jacobs foi se transformando em uma espécie de Moises Nova Yorkino, deixou sua barba crescer, passou a usar azeite para lavar a cabeça, ao invés de condicionador e passou a usa túnicas brancas, cujos os tecidos não misturassem lã e linho.
Para você que pensa que nosso aspirante a beato era na época alguém sozinha, esta enganado. Quem não ficou muito contente com o novo visual e costumes dele foi sua esposa Julie.
O ano bíblico do jornalista, contou com grandes ousadias e aventuras pelas passagens da bíblia, que foram desde proibição de tocar em qualquer mulher em seu período menstrual, a controle de alimentação (o que o levou a comer bombons de grilos, pasme você), o apedrejamento de um adúltero (que por sua vez, teve desfecho muito engraçado de história) e até mesmo manter um escravo (o que preocupava o jornalista, pois em pleno séc. 21 é crime, foi então, quando surgiu um e-mail de um universitário querendo estágio particular, nada mais apropriado no momento, um acordo de estagio sem remuneração). Jacobs privou-se até mesmo de usar palavrões durante este ano.
Segundo relata o livro, Jacobs encontrou grande encontrou grandes de dificuldades, porém, as superou ao enfrentar a luxuria, cobiça e a rotina de orações. No entanto, o maior desafio foi a fé, o escritor do início do livro é um homem de 38 anos, com um filho de 2 anos e uma enorme vontade de aumentar a família. Ele não tem fé, mas sente falta de um alicerce moral para o próprio lar e mergulha na religião, um terreno desconhecido. Nos primeiros meses, sente-se desconfortável fazer orações; perto do fim do projeto, experimenta o êxtase místico – dançando feito um rabino louco ao som de Beyoncé, na festa de 12 anos (bat mitzvah) de uma sobrinha. Mas ainda se declara agnóstico.
Aparentemente, Jacobs conseguiu encontrar o sentido que buscava. E uma explicação, embora nem sempre convincente, para cada uma das regras bíblicas.
“Se os judeus aceitam como metáfora uma ordem divina e os cristãos ignoram muito do Velho Testamento, quem segue a Bíblia ao pé da letra, de cabo a rabo? Ninguém, nem os fundamentalistas. Quem se propõe a fazer uma leitura literal da Bíblia acaba sempre escolhendo o que vai obedecer” conclui Jacobs.
Em uma matéria de 2007 o jornalista Marcos Nogueira fala a revista Super Interessante alguns relatos detalhados da experiência de A. J. Jacobs.

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