quinta-feira, 19 de julho de 2012

Vitor Belfort: Um cristão no MMA

Atleta, empresário, e agora, escritor. Vitor Belfort é mesmo polivalente. Em meio a centenas de fãs que lotaram a livraria Saraiva, no shopping Ibirapuera, em São Paulo, ele apresentou seu livro “Lições de Garra, Fé e Sucesso: Vitor Belfort”, lançado pela Thomas Nelson Brasil.
Em entrevista ao Gospel Prime, Belfort faz questão de dizer que aprendeu a ter calma e auto-controle com sua caminhada cristã. “Se sou cristão devo ser com as minhas atitudes principalmente”, explica.
Sobre as provocações, muitas vezes existentes entre lutadores antes das lutas, ele declara que é contra. “Não gosto das provocações, acho falta de respeito e além disso tenho que viver o que eu prego. (…) Não preciso depreciar a imagem de ninguém para promover minhas lutas”, diz.
Apesar do estrondoso sucesso das Mixed Martial Arts (MMA) nos EUA e Brasil, onde já é o segundo esporte com maior público depois do futebol, os atletas ainda sofrem com o preconceito. “O preconceito sempre existiu e sempre existirá, mas o principal é através de nossas atitudes mostrarmos que o esporte molda o caráter de uma pessoa, o livra das drogas e faz o indivíduo ter uma vida regrada e saudável”, aponta Belfort.
Vitor converteu-se ao Cristianismo depois o episódio do desaparecimento de sua irmã, Priscila Belfort. A dor e o sofrimento o aproximaram de Deus. Buscando a Deus em meio a muitos questionamentos, ele conta que conseguiu superar os sentimentos de ódio e vingança entregando a Deus a resolução sobre o caso, e confiando em sua justiça em um longo processo de cura espiritual que envolveu o perdão.
“Temos sempre duas opções para nos aproximarmos a Deus. Pela dor ou pelo amor. O mais importante é que todos terão a oportunidade de conhecê-lo. Só depende de nós”, diz.
Nessa entrevista Belfort fala sobre preconceito com relação ao esporte, sua contribuição na divulgação do MMA e na esposa Joana Prado, a quem chama de “esposa virtuosa”. Acompanhe:
GP: Você e outros atletas de alto rendimento no MMA, como o Anderson Silva, ostentam uma serenidade em meio as características da modalidade esportiva, que exige que o lutador esteja sempre alerta e pronto para o próximo golpe. A que você atribui essa calma e autocontrole? 
VB: A tudo que aprendi nas artes marciais e em minha caminhada cristã.
GP: Você fala  em seu livro na importância da família para sua vida. Como é e qual o peso da participação de Joana Prado para a construção de sua realidade familiar e também de sua carreira e mesmo em sua vida espiritual?
VB: A Joana sempre esteve disposta a mudar, a ajudar. Ela faz com que nossa casa seja um lar, hoje entendo porque na Bíblia diz que a mulher sábia edifica a casa. Ela é minha adjuntora, minha mulher virtuosa.
GP: Você diz no livro que quando era criança era hiperativo e que uma das grandes questões de sua vida foi adquirir paciência. Quais foram as maiores provas que o testaram nessa área e que o fizeram ser uma pessoa mais longânima? Teve algum desafeto entre lutadores? Como faz diante de provocações verbais? 
VB: Não gosto das provocações, acho falta de respeito e além disso tenho que viver o que eu prego. Se sou cristão devo ser com as minhas atitudes principalmente. Não preciso depreciar a imagem de ninguém para promover minhas lutas.
GP: O MMA hoje movimenta milhões de dólares e conseguiu conquistar popularidade e respeito em muitos países. Qual acha que foi sua contribuição nesse processo?
VB: No Brasil sempre divulguei meu esporte de maneira respeitosa. Fiz questão de mostrar a todos que o MMA no UFC é um esporte com regras e que todos os lutadores devem se respeitar dentro e fora do octógono.  Fui a programas de televisão, participei de reality show – Casa dos Artistas – tudo pensando em divulgar e ver meu esporte reconhecido no meu país.
GP: O esporte permite um bom rendimento em termos financeiros. No seu caso, acredita que isso foi possível? Em termos gerais, quanto já angariou em todos os anos lutando e participando dos eventos relacionados ao esporte?
VB: Ganho mais do que preciso e menos do que mereço (risos). O principal é o que se faz com o que ganhou. Como em que investirá seu dinheiro. Qual o patrimônio que pretende deixar aos seus filhos. A Joana é muito pé no chão e muito organizada. Ela tem investido nosso dinheiro muito bem.
GP:  Você ainda sofre com algum comentário pejorativo ou preconceito com relação ao MMA?
VB: O preconceito sempre existiu e sempre existirá, mas o principal é através de nossas atitudes mostrarmos que o esporte molda o caráter de uma pessoa, o livra das drogas e faz o indivíduo ter uma vida regrada e saudável.
GP: O que acha de muitos cristãos considerarem o esporte violento e desumano? Alguns pastores ainda associam as modalidades de artes marciais, como karatê e jiu jitsu ao budismo e religiões místicas e pagãs e por vezes desaconselham que os fiéis assistam às lutas. Como se responde a isso? 
VB: Fico triste porque não preciso ser formado em teologia ou ser pastor para saber que Jesus vê nosso coração. Faço meu trabalho honestamente cumprindo regras e lutando com uma pessoa que também se preparou para isso. O povo cristão por seguir o cristianismo deveria ser um povo unido, assim como os judeus são. Mas diferente disso, gostam de apontar o dedo e julgar.
GP: Como define a influência de Dan Duke em sua vida espiritual?
VB: Dan é como um pai pra mim. Ele me ensina com suas atitudes. Ele realmente vive o que prega, diferente de muitos lideres que no púlpito falam bonito mas suas vidas conjugais ou financeiras são uma mentira. Meu lema é pregue, pregue, pregue e se possível fale.
GP: Muitos lutadores de MMA são evangélicos, alguns chegam a dizer que a maioria é cristã. Acredita que além da fé, muitos tem traços comuns ou mesmo histórias semelhantes em relação à família ou à trajetória de vida que os fazem vir a conhecer a Cristo? 
VB: Temos sempre duas opções para nos  aproximarmos a Deus. Pela dor ou pelo amor. O mais importante é q todos terão a oportunidade de conhece-lo. Só depende de nós.
GP: Você pretende se aposentar em alguns anos e se dedicar a atividades empresariais. Quais são os planos para o futuro? Que metas ainda pretende alcançar na área esportiva?
VB: Pretendo lutar por bastante tempo se Deus quiser.

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