quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um mês após sair da prisão, Cabo Bruno é assassinado



Conhecido na década de 1980 por comandar esquadrão da morte, ex-PM foi morto quando chegava em casa, em Pindamonhangaba, no interior de SP.
O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, foi morto a tiros pouco antes da meia-noite desta quarta-feira, na porta da casa onde morava, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. O crime ocorreu 34 dias depois de Bruno obter um indulto e sair da prisão. Fora da cadeia, ele atuava como pastor evangélico, atividade que iniciou quando cumpria pena – foram quase 28 anos atrás das grades, dos quais 20 ininterruptos. 
Por volta das 23h45, quando o ex-PM voltava de um culto na cidade de Aparecida acompanhado de parentes, dois homens se aproximaram e dispararam cerca de 20 tiros em Bruno, de acordo com a Polícia Militar. "Segundo testemunhas, eram dois homens que chegaram a pé e atiraram somente contra ele (Cabo Bruno). Não foi anunciado assalto. Havia um carro próximo do local, possivelmente utilizado pelos atiradores na fuga. Não temos pistas ainda sobre a autoria. Provavelmente foi um crime de execução, porém isso ficará agora a cargo da Polícia Civil investigar", afirmou o tenente Mário Tonini, da 2ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar. 
Cabo Bruno não chegou a ser levado a um hospital, pois morreu na hora. Peritos estiveram no local do crime e recolheram cápsulas de uma pistola ponto 40 – calibre utilizado pela Polícia Militar – e de outra arma, calibre 380. 
Esquadrão da morte – Acusado de matar ao menos 50 pessoas, Cabo Bruno ficou conhecido na década de 1980, quando estaria no comando de um esquadrão da morte. Ele foi preso em 26 de setembro de 1983. Durante o período de reclusão, foram registradas três fugas, sendo a última recaptura em maio de 1991. Ele havia sido condenado a 117 anos, quatro meses e três dias de reclusão. 
Após cumprir 20 anos de prisão ininterrupta, Cabo Bruno adquiriu o direito ao indulto. No cárcere, Florisvaldo de Oliveira tornou-se religioso, virou pastor evangélico e se casou com uma cantora gospel. 
Em agosto de 1984, VEJA publicou uma matéria com uma entrevista concedida pelo ex-policial, então com 25 anos. Foragido da polícia na época, o acusado deu um relato frio e rico em detalhes sobre suas atividades criminosas. "Matei porque essas pessoas fizeram mal a muita gente", justificou os crimes praticados. 
Depoimentos da época afirmam que a maioria das vítimas de Cabo Bruno eram criminosos da periferia da zona sul de São Paulo. Ele disse que "perdeu a conta" dos assassinatos a partir da 33ª vítima. Antes de ter sido preso e expulso da corporação, o policial chegou a jurar que era inocente. O assassinato de Bruno foi registrado no Distrito Policial Central de Pindamonhangaba, onde será investigado. 

AE via Veja

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