terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Relatos de sobreviventes ao incêndio em boate de Santa Maria trazem testemunhos de livramento: “Foi Deus”. Assista ao vídeo


O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, está recheado de testemunhos de pessoas que escaparam da tragédia devido a detalhes que, no momento do incidente, fizeram diferença.
Um representante comercial que viajou à praia com o filho, e com isso, evitou que o rapaz fosse à festa “Agromerados”, da boate, manifestou sua gratidão pelo livramento: “Só tenho que agradecer, porque meu filho era um frequentador assíduo da Kiss. Graças a Deus ele pediu para trazê-lo pra praia”, disse Paulo Roberto Weber, que estava desde quinta-feira (24) em Florianópolis com o filho, Lucas Machado Weber, estudante de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ao menos cinco amigos deles morreram na tragédia, de acordo com informações do G1.
Eliel de Lima, baterista da banda Gurizada Fandangueira, que estava no palco quando o incêndio começou, revelou que os colegas precisaram de tempo pra se encontrar no lado de fora da boate: “A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu”, revelou, referindo-se ao sanfoneiro da banda, que faleceu no incêndio.
Um dos universitários presentes, Fernando Muniz, 28 anos, foi à festa mas decidiu sair mais cedo. Segundo ele, quando a confusão começou, “já estava em casa”. A desistência de ficar até o fim salvou sua vida: “Cheguei umas 02h00. Fui no banheiro e me deu uma coisa… Fui para casa, não sei explicar, sei que saí sozinho. Nem falei com meus amigos. Foi Deus que fez eu vir para casa. Muita tristeza…” relatou o estudante do sexto semestre de Direito da Faculdade Metodista de Santa Maria (Fames) em entrevista ao site do jornal Zero Hora.
A fotógrafa da boate Kiss afirmou que o fato de estar na área VIP da casa, a proporcionou a chance de decidir sair do local assim que percebeu o incidente: “Como estava perto da porta graças a Deus eu saí correndo, em cinco minutos estava do lado de fora. Uma pessoa me chamou para fotografar na área VIP, por isso que eu fui para lá, tem uma visão melhor. Normalmente eu fico no meio das pessoas. Foi sorte. Seu eu não estivesse trabalhando, não estaria na área VIP”, contou Fernanda Freire Gomes Bona, de 23 anos.
O gaúcho Maurício Ramos contou ao G1 que decidiu sair da boate momentos antes do fogo começar devido a um estranho pedido de sua namorada, Beatriz Borba, que sentiu uma grande vontade de sair do local imediatamente. “Eu não estava me sentindo bem, estava sentindo uma angústia. Eu falei pra ele ‘Maurício, vamos embora, por favor, eu não quero ficar aqui’. Eu estava me sentindo muito mal, não sei”, conta ela. Para a mãe de Maurício, Deus foi quem fez o casal sair da boate Kiss, “é bem impactante receber a notícia e, em um momento triste, eu agradeci a Deus por ter tirado meu filho e a Bia de lá”, revelou a empresária Eliane Gomes, mãe do jovem.
Um rapaz chamado Eduardo, que iria à festa, desistiu de última hora por estar com dor de cabeça e ficou em casa. Porém, seus amigos mantiveram os planos e foram à boate, e seis deles estão mortos, e um estava desaparecido.
Confira no vídeo abaixo:
O depoimento de Eduardo foi transmitido ao vivo durante o programa da Eliana para todo o Brasil, no SBT. A repercussão do testemunho dele foi um dos assuntos ligados à tragédia que mais eram comentados no Twitter: “Sabe aquele homem que não foi pra boate por que deu uma dor de cabeça nele? Deus tem propósito na vida dele, e não permitiu que ele fosse!”, publicou o perfil Jovens Adoradores.
O ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa, publicaram uma nota de consolo aos familiares das vítimas: “O Brasil inteiro está triste e de luto pelas mortes ocorridas no incêndio em Santa Maria. Nesse momento difícil, expressamos nossa solidariedade aos amigos e familiares das vítimas e a toda a população da cidade, mas em especial aos pais e mães por essas perdas irreparáveis. Nossos sentimentos”.

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